É sempre complicado começar a escrever... Especialmente quando há tanta coisa que quero dizer, portanto se calhar o melhor é começar pelo princípio. Uma conversa, uma simples conversa enquanto se toma um chá e/ou umas cervejas. Um espectáculo que iria acontecer surge nela e de repente os planos para este Domingo ficaram traçados. Orpheu na Culturgest seria um espectáculo de dança com um forte componente audiovisual.
Ora bem, eu já estava a pensar que iria assistir a algo muito bom, contudo nada me preparou para o que eu assisti. Tenho de ter calma para não deixar que os meus pensamentos se atropelem uns aos outros...
Primeiro foi todo o ritual de entrar na sala, o Grande Auditório da Culturgest, solene, simpático, confortável, tudo certo, e mais importante que tudo isto, completamente cheio. No meio público imensas crianças acompanhadas pelos respectivos pais (o que me deixou com uma sensação de esperança pelas próximas gerações) num claro sinal que vale a pena fazer este tipo de espectáculos às 17 horas.
As luzes da sala apagaram-se gradualmente...
E a partir dai UAU!
A música começa a encher a sala, os bailarinos a ocupar o palco com uma mistura de dança clássica, hip hop, e provavelmente outras que eu não soube identificar, mas que foram executadas brilhantemente. Então mas se eu aparentemente não percebo nada de dança (e não percebo) como é que sei que foram executadas brilhantemente?
Porque todos os corpos ali comunicavam connosco, diziam exactamente o que tinha a dizer como tinha de dizer através dos seus movimentos e acima de tudo... era tudo simplesmente bonito. Como dizia o D. no final "eles faziam stopmotion com o corpo" e melhor que isso... Eles faziam o stopmotion de uma forma fluida.
Ainda por cima haviam bailarinos que cantavam e dançavam o que deixa aquele sentido de injustiça poética misturado com uma pontinha de inveja...
Os vídeos projectados... Houve várias fases. Uma primeira na onda quase cinematográfica, em que começa a contar a história, e que de repente começa a ir para coisas mais... como diz o texto da Culturgest Dadaísta, o que provocou alguns risos iniciais da criançada (é o que dá ver cavalos sentados em bancos de jardim). O que tem mais piada é a interacção dos diferentes personagens com o que vai sendo projectado, ou então a interacção entre vídeo/bailarinos/sombra dos bailarinos. Tudo foi meticulosamente estudado e está lá/acontece porque tem de estar/acontecer.
No geral foi um excelente espectáculo cuja única falha foi não ter tradução das poucas falas em francês que existiam. Como não dava para tirar fotos durante (a politica do costume nestas coisas) consegui encontrar este vídeo no youtube, um trailer do espectáculo que dá uma excelente noção do que se passa durante o mesmo.
Este domingo fui assistir ao concerto de Natal do coro onde tive a minha única experiência enquanto cantor, e foi a primeira vez que estive do lado do público. Tenho de confessar que foi um pouco estranho estar "do outro lado da barricada", até porque gosto de cantar, mas também senti que estava tudo no lugar certo. Cheguei à igreja da Madalena à hora marcada e mesmo a tempo de ver algumas caras novas no meio das que me fui familiarizando durante a minha experiência coral, o maestro fiel a si mesmo, e todas as vozes afinadas e bem para o concerto.
Foi divertido ouvir algumas canções que eu também cantava, detectar as pequenas coisas que só conseguimos detectar quando fizemos parte da máquina. Aliás é isso mesmo o que é um coro. Uma máquina bem oleada, onde o todo é maior do que a soma das partes, em que nós somos a peça mais importante e ao mesmo tempo a mais insignificante e tudo importa, a entrada no sítio certo, o manter dos tempos indicados de uma forma quase tirana pelo maestro (quem disse que a tirania em alguns casos é má?), a respiração fora de tempo (mas que não se nota se todos fizermos a respiração coral), a nota às vezes um bocadinho mais ao lado e uma prece para que seja abafada por todas as outras vozes correctas, ou então aquele momento... Aquele sublime momento em que está tudo certo... Em que esquecemo-nos de nós próprios, o ego é completamente estilhaçado, quebrado, ou simplesmente posto de parte, aquele momento em que somos emissores e receptores exactamente no mesmo tempo, e tudo está bem, e tudo o que interessa é aquele som produzido por esse organismo efémero do qual fazemos parte naquele instante.
A ideia inicial era falar sobre o concerto, e acabei por falar sobre a experiência pessoal de cantar num coro, portanto o melhor é fazer algo que nunca fiz aqui no Pato e por alguns vídeos que fiz durante o concerto.*
Depois disto nada como acabar a tarde com um belo chá verde e boa companhia. Em resumo foi um Domingo bem passado. :)
Este sábado aconteceu esse grande evento em volta da música portuguesa com o brilhante nome "quero ver o Tom Waits num bar d'alterne do Intendente!" que teve como atracção não programada a estreia do pato nestas lides! E devo dizer que foi um sucesso!
O evento começou por volta das 15 e terá ido até pelo menos às 2 da manhã, contudo eu só estive por lá desde às 20:30 até à 1:45 (horas mais ou menos aproximadas consoante a memória e imaginação), primeira coisa a fazer foi tratar do Line Up que me levou lá!
Conheci a Yuko através de uns workshops sobre sushi e culinária japonesa feitos no Museu do Oriente, desde então que vamos mantendo algum contacto através de eventos, ou promovidos por ela, ou associados a algo como foi este caso. E desde sempre que estou rendido à sua cozinha, e sempre que posso lá vou eu provar as coisas deliciosas que ela faz.
Na minha viagem por terras japonesas tive o prazer de provar Takoyaki, são umas bolinhas de massa com alguns vegetais cortados muito pequeninos com um pedaço de polvo no meio que sobressai e brilha sobre tudo o resto. Devo dizer que é algo absolutamente delicioso! Estas bolinhas vêem-se em quase todo o lado como comida de rua, eles usam umas formas de tamanho industrial e para quem gosta de cozinha é um verdadeiro espectáculo ver a destreza e habilidade com que eles as fazem. Desde que voltei do Japão, pensava eu que não poderia voltar a comer estas delícias mas houve um dia em que fiquei muito mais feliz porque descobri que a Yuko as faz e são uma presença regular nos menus dos eventos onde ela costuma cozinhar!
E claro que comer Takoyaki acompanhado de um belo sushi, faz com que fique ainda mais feliz. Ainda por cima a Yuko é uma simpatia de pessoa que até concordou em tirar uma fotografia com o Pato!
Num pequeno aparte é de referir ainda a bela ideia do Bar da Maria de venderem batata doce frita!
Em relação à música, esta será a parte que eu provavelmente menos irei conseguir falar porque conheço relativamente mal as bandas que lá foram tocar. Destaques pessoas vão para Samuel Úria, apesar de ter sido um concerto relativamente curto, e Pinto Ferreira, estes senhores dominaram completamente!
O resto da noite resumiu-se a copos e conversa, num espaço bastante bonito, amplo, cuja acústica não era a melhor do mundo. Uma palavra positiva para a Feira Vintage, apesar das finanças neste momento estarem dirigidas para outros eventos, gostei muito de a ver mesmo que estivesse um pouco contrita a um espaço relativamente curto, tinha peças muito interessantes!
Claro que depois de ver isto o Pato tinha de tirar uma foto para provar que não era menos que os pássaros que aparecem no anúncio... Santa paciência!
Será no domingo às 16 horas que se vai realizar o concerto de Natal do Coro da Universidade Técnica de Lisboa, este ano com o Coro Odyssea. Tal como no ano passado em princípio estarei lá, mas apenas como espectador, já que este ano não consigo conciliar o Coro com o Kung Fu, nem tudo é mau, aposto que os Baixos andam mais afinados e tudo! :P
Recebi isto por mail e facebook:
"A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria celebra no inicio de Dezembro os primeiros meses de existência. São 11 meses a registar quem faz música em Portugal... rock, música tradicional, música africana, músicos desconhecidos, todos estão unidos neste projecto único.
A zona do Intendente e Anjos é talvez a zona de Lisboa onde esta sensação duma Lisboa cosmopolita, misturada, colorida mais se respira.
É a partir deste ponto de encontro que as LARGO Residências e A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria decidiram preparar uma festa que celebre a indisciplina da música.
O Line Up é cheio de curvas e contra-curvas, mas promete cantar alto que o Tom Waits é desejado no Intendente."
Pois as bandas até podem ser giras e tal, mas o que realmente interessa é este Line Up:
Finger Food Japones
Sushi
Takoyaki (Bolinhos de Polvo)
Hot Soup
Tonjiru (Sopa de Porco com Miso)
Drinks
Sake
Sangria Japonesa
Tudo feito pela Yuko, acreditem em mim é muito, mas mesmo muito bom! Em principio lá estarei de bom grando como de costume quem quiser ir que avise!
Finalmente uma entrada que não tem nada a ver com cinema! Ou será que tem?...
Este Domingo uma das coisas que fiz foi ir ao Museu da Cidade ver a exposição de fotografia da Frida Kahlo, na realidade não é bem de fotografias tiradas por ela, mas sim fotografias da sua colecção pessoal. A diferença disto é (para além da autoria das fotografias), que algumas são meras fotos de álbum de fotografia, o que tem o seu interesse para se compreender melhor momentos da vida dela. E nesse aspecto tenho de tirar o chapéu a quem montou a exposição! Está lá tudo! Desde que uma pessoa siga o caminho predefinido consegue ter uma ideia perfeitamente coerente do que foi a vida dela, quem eram as pessoas que a rodeavam, o porquê de algumas das suas opções. Sem dúvida que é uma exposição que vale a pena ver!
Mas porque é que eu falei em cinema logo no início? Bom a maioria das pessoas sabe que existe um filme sobre a vida da Frida Kahlo, Frida de seu nome. E esta exposição só veio fazer com que a minha consideração pelo filme (que já era alta) subisse em flecha! De facto mostra muito bem a vida da Frida Kahlo e com um cuidado que eu desconhecia, porque finalmente comparei as fotografias reais com as imagens do filme (isto na minha cabeça porque como é obvio não é algo que seja preocupação da exposição).
Aconteceu, nos dias 2 e 3 de Dezembro, o festival Vodafone Mexefest.
Depois do Super Bock em Stock, Lisboa voltou a ter um festival de Inverno!
E porque se tratou de um festival peculiar, distinguimos aqui o que tornou este festival diferente de todos os outros, sem deixar de ser um festival:
E como não dava para ver tudo, houve necessidade de se estabelecer preferências e organizar calendário, estabelecendo a máxima de que James Blake seria imperdível. E não é que foi?!
Um enorme destaque para o puto de 23 anos, que lotou e envolveu o Tivoli de cumplicidade e admiração.
*[Como não deu para ir ao Mexefest resolvi pedir à Susana Gomes do lisboa de bolso para escrever algo sobre o Mexefest, e ela foi uma querida e aceitou! Portanto fica aqui aberto um precedente no Pato Patifório que é sem dúvida a repetir!]
As vicissitudes do dia levaram-me à porta do Armazém 13!
Pareceu-me ser uma boa maneira para começar a escrever, mas não inteiramente correcta, a realidade é que já há muitos meses devia a mim mesmo uma ida ao Armazém 13.
Ora bem, quis o destino que eu abrisse o facebook e visse lá um post que falava do facto de hoje ser a última performance dos "Cadernos Suspensos" e eu resolvendo quebrar um dia mais ou menos amorfo, lá me meti a caminho.
Portanto havia que vencer o desafio de dar com o sítio!
As indicações que tinha é que seria mesmo junto à Junta de Freguesia de Benfica, num antigo armazém. Ora isto dito assim parece simples, contudo é preciso ir com alguma atenção para conseguir ver o cartaz que indica o sítio (especialmente depois de anoitecer), portanto escusado será dizer que andei por lá a pedir indicações. Enfim nada do outro mundo, mas que convêm saber se formos assim um pouco em cima da hora. Ponto positivo, o local do Armazém 13 providência estacionamento (a pagantes claro).
O espaço do Armazém... tenho de admitir que esperava algo maior - não faço ideia porquê, não tinha qualquer razão para isso - mas o espaço é acolhedor e a zona de bar é porreirinha apesar de não ter bebido nada (quando escrevi aquilo sobre chegar em cima da hora foi fruto de experiência em primeira mão).
Sobre a questão dos lugares... Convém lembrar que este é um espaço multiusos de orçamento reduzido, portanto temos a bela da cadeirinha de plástico da esplanada e uns sofás porreiros. Eu olhei para os sofás vazios e instalei-me logo. Isto foi parvo. Devia era ter procurado a bela da cadeirinha de plástico porque os sofás ficam tão para trás que não se consegue ver a totalidade do palco, portanto a opção foi ficar em pé. Não é que venha algum mal ao mundo disso, mas é um factor a ter em conta em futuras idas.
Enfim já estou farto de escrever e ainda nem comecei a falar do espectáculo em si, coisa que irei ractificar já de seguida.
As palavras "muito bom" e "excelente" digladiam-se na minha mente para vir parar a este texto, como eu não gosto de conflitos inúteis resolvi começar logo com as duas. Repleto de imagens lindas (tivesse eu levado a máquina fotográfica, e dessem-me eles a autorização, tinha saído de lá repleto de imagens absolutamente fantásticas, e aqui falo desde a coisa mais simples como alguém a levar uma moldura até às acrobacias mais complexas que eu nem sei explicar bem, contudo resolvi respeitar e aproveitar-me do nome "Cadernos Suspensos" e resolvi levar um dos meus e dedicar-me a desenhar um pouco. Foi complicado desenhar sem perder nada do que se estava a passar, mas enfim... deixo aqui alguns dos desenhos feitos no momento.
Dos pés no chão ao vôo num piscar de olhos, do rascunho e da sombra ao onírico real." (podem encontrar no link fotos oficiais dos "Cadernos Suspensos")
Tenho de admitir que a história passou-me um pouco ao lado, o que me interessava não era isso... Apesar de eu gostar de saber que havia uma linha condutora, bem visível por toda a performance, que foi respeitada entre malabarismos, contorcionismos, e outras coisas que tais, fazendo que seja um espectáculo muito bem estruturado e pensado do inicio ao fim. Isto dá um resultado completamente diferente do que estamos habituados a pensar como norma de circo em Portugal.
Há espaços recentes que vieram contribuir e muito para a subida da fasquia cultural de Lisboa, o Armazém 13, com espectáculos desta qualidade, pode dizer com orgulho que pertence a essa categoria!
Ultimamente tem escasseado o tempo para ver filmes, concertos e outras coisas que tais, por isso resolvi deixar aqui os filmes que estão ai no cinema e quero ver:
Ides of March
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