Quinta-feira, 13 de Outubro de 2011

Lixo extraordinário

 

O que é preciso para ter uma boa história de um filme?

Personagens cativantes? Algo que acontece que vai criar uma ruptura com o quotidiano? As emoções de desespero ou pura alegria? A transformação das pessoas? A incerteza da velha questão de o que acontece a seguir?

Isso é o que podemos ver em "Lixo Extraordinário", com a carga acrescida de que tudo é real. São pessoas reais, é uma situação real, as emoções são reais, a transformação essa é visivel nas expressões das pessoas... e a velha questão? Essa é respondida até ao momento em que pode ser respondida, de resto é apenas aquela "incerteza deliciosa" caracteristica da vida. 

Duas palavras de apreço para a banda sonora sempre muito cuidada e para o site do filme, que tem montes de coisinhas boas para quem gostou.

 

 

É completamente impossível ficar indiferente a este trabalho que vem demonstrar o poder que uma ideia tem para mudar a vida de pessoas, basta haver vontade. 

 

P.S.: De 21 a 31 de Dezembro vai estar patente no CCB (na realidade Museu colecção Berardo...) a "maior retrospectiva até à data" do trabalho de Vik Muniz. Eu vou, quem quiser vir que diga coisas através dos meios do costume. 

 

P.S.2: Obrigado Luís pela dica!

publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 11:34
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Sexta-feira, 23 de Setembro de 2011

The men who stare at goats

Quando vi o trailer fiquei naquele estado de "eu tenho de ver isto dê lá por onde der". E depois, como tantas vezes me acontece quando fico nesse estado, por acaso não o cheguei a ver no cinema, e ainda bem. 

A história é sobre Bob Wilton (jornalista que vai para o Iraque cobrir a guerra) e Lyn Cassidy (veterano do exercito que se dedica à venda de... qualquer coisa não muito importante para a história). Durante uma reportagem Bob fica a saber de uma unidade especial do exercito inteiramente dedicada a tudo o que é psiquico, e depois por acaso descobre Lyn e a partir dai há duas histórias, o percurso de Lyn na unidade especial do exercito e a aventura deles. 

À partida "The men who stare at goats" tem tudo para dar certo, boa música, excelentes actores - Jeff Bridges, George Clooney, Kevin Spacey, Ewan McGregor - que estão em bom nível, uma unidade hippie no exército americano, cabras, uma história com elementos muito interessantes e que ainda por cima é baseada em factos reais, comédia, mas então o que falhou?

É aqui que eu acho que o tipo que fez o trailer é muito bom. Quando vejo o trailer há ritmo, as coisas acontecem sem me dar hipótese de não ficar curioso sobre o que vem a seguir. Contudo o filme nem por isso. Há uma falha grave ao nivel de ritmo, passa-se tudo de uma forma demasiado lenta para o filme que é, e isso acaba por fazer com que um filme que podia ser excelente passe a ser apenas mais um filme. O que é uma pena.

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 10:26
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Quarta-feira, 21 de Setembro de 2011

Midnight in Paris

Desde que se retirou da frente da câmera que sinto que falta algo nos filmes de Woddy Allen, achando mesmo que alguns deles roçaram o mauzinho. Claro que o roçar o mauzinho do dele é muito melhor do que o bom de outros realizadores mas isso é outra questão. 

Midnight in Paris não conta com o realizador como actor, contudo conta com um Owen Wilson que me surpreendeu, todos os tiques, jeitos, gaguez, maneira de vestir, estava exactamente no sítio certo, na hora certa, dando a sensação que não é Owen Wilson que está a representar mas sim Woddy Allen!

Isto para mim assume alguma importância pela maneira como vejo os filmes dele. Para mim Woddy Allen, sempre representou o mesmo personagem masculino que era ele próprio, e isso é a marca dele, coisa de que se afastou um pouco quando resolveu sair da frente das câmeras. Parece que se perdeu um pouco e agora reencontrou-se. 

Não quero entrar muito nisto, mas a história é sobre um casal noivo que se encontra em Paris a acompanhar os pais dela em negócios, ele em busca de inspiração para o seu romance, ela em "shoping mode", no meio disso muitos pontos de vista diferentes e alguma magia característica à cidade de Paris.  

Boa fotografia, bons actores, a banda sonora ideal tudo ingredientes do costume e que tornam este filme num daqueles filmes a não perder este ano.

Midnight in Paris é um regresso em grande, para mim foi como se tivesse encontrado um amigo à muito desencontrado. Ai que saudades que eu tinha de ver um filme do Woody Allen que fosse um filme do Woody Allen!

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 23:07
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Sábado, 17 de Setembro de 2011

Rubber

Encontrei por acaso a pagina deste filme enquanto estava a ver o programa das salas de cinema, e pelo que li fiquei intrigado. Como não ficar intrigado por um pneu "sociopata e misantropo", chamado Robert, que faz explodir cabeças de pessoas? 

E desde esse dia encontrei referências a este filme, ou o próprio, um pouco por todo o lado, desde cartazes na rua, a andar pela FNAC e o DVD estar em exibição. Portanto como é óbvio tive que o ver.

Curiosamente não posso dizer que tenha gostado. Como de costume consigo arranjar alguns pontos positivos, especialmente se começar a olhar para o filme do ponto de vista pseudo-intelectual, e começar a pensar em filosofias mais ou menos baratas, mas no geral achei muito fraco. Claro que tem o potencial de vir a ser recomendado nas escolas de cinema portuguesas, como... sei lá como, mas só este facto já quer dizer qualquer coisa.

 

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 09:26
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Sexta-feira, 16 de Setembro de 2011

Looking for Eric

Numa semana em que fui ao estádio ver o Benfica contra o Manchester United dei  por mim a ver um filme com aquele que terá sido uma das maiores estrelas desse clube inglês, o grande Eric Cantona!
Looking for Eric é sobre Eric Bishop, um carteiro cuja vida vai de mal a pior, essencialmente porque perdeu as rédeas, porque deixou de se importar. Acontecimentos levam a que ele comece a alucinar com aquele que considera ser o maior jogador de futebol de sempre, Eric Cantona, e este age como um mentor/conselheiro/amigo imaginário que o ajuda a dar a volta à sua vida. 

No meio disto há carteiros, o amor da vida de Eric Bishop, a relação com os filhos da sua segunda mulher (que foi-se embora para parte incerta), mafiosos, o amor ao Machester United e grandes laços de amizade.

Não vou dizer que é um "must see" mas digo, sem qualquer problema, que é um filme divertido e que dá aquela sensação de esperança de que há maneira para resolver as situações mais sombrias, às vezes tem é de se pensar "out of the box". E vale a pena ver nem que seja só pelo Eric Cantona!

(sim, sim este momento já estava no trailer, mas vale a pena rever!)

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 00:55
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Segunda-feira, 12 de Setembro de 2011

O cheiro do ralo

Quando publiquei a critica ao estômago, através do Facebook o Pedro sugeriu que eu visse "O cheiro do ralo" por causa do humor negro. A isto só tenho a dizer: continua a dar sugestões deste calibre Pedro!

 

O cheiro do ralo gira em torno de Lourenço, que se dedica à compra e venda de objectos em segunda mão. Compra barato e vende caro, esmifrando sempre as pessoas que lhe querem vender coisas. Tendo isto como ponto de partida, o filme desvenda toda uma viagem psicológica que passa pela estereotipização das pessoas, ao distânciamento brutal entre a realidade e o pequeno mundo de Lourenço, a questões de abandono, a obcessão, objectificação das pessoas, e por ai fora criando uma mistura bastante apelativa e interessante.

Na realidade o filme não tem nada de fantástico - ok, estou-me a esquecer da Paula Braun - contudo há aquele factor que o torna especial e não para todos. A história tem um humor negro, diria mesmo que negrissimo - muito bem escrito e explorado - sem ter diálogos ou pensamentos com uma linguangem dificil, tudo muito simples. Porém diria que ao mesmo tempo que tudo se passa de uma forma linear não deixa de ser um filme cerebral. Tudo está lá por uma razão e divertimo-nos a perceber porquê. 

 

Numa outra nota.

Nunca vi muito cinema brasileiro. Dos primeiros que tenho memória foi A cidade de Deus, e na altura pensei que teria sido um bom filme num panorama não muito brilhante de cinema. As experiências que tenho tido com cinema brasileiro dizem-me que eu estava enganado, e que há muita coisa que vale a pena ver.

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 21:10
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Sexta-feira, 9 de Setembro de 2011

Estômago

 

Em 2010 saiu em Portugal o filme estômago, e eu que raramente sou atraido por filmes brasileiros fiquei cheio de vontade de o ver, porque segundo o cartaz era um filme que girava à volta de gastronomia. Depois como me costuma acontecer, acabei por não conseguir ir ver e nunca mais me lembrei dele, até agora. E foi mal! Este é daqueles que eu devia ter pago o bilhete de cinema e contar para as estatisticas que adoram fazer em redor dos filmes.

 

Em "Estômago" acompanhamos a história de Nonato, Raimundo Nonato, um homem simples que chega à cidade sem onde ficar, sem trabalho e que por uma ponta de sorte encontra o seu lugar numa cozinha de uma tasca. Ao mesmo tempo, acompanhamos a historia do mesmo Nonato a entrar na prisão e o seu percurso nela. E mais não digo para não estragar nada.

É um filme com alguns pormenores gastronómicos absolutamente deliciosos num ambiente noir, com bons actores, excelente trabalho de realização e produção, uma história algo macabra a girar em torno de um personagem que cresce e se desenvolve diante do nosso olhar atento e interessado. A linguagem utilizada no filme pode ser ofensiva, mas é totalmente justificável tendo em conta todo o ambiente que se pretende criar. 

Outra nota é para o site do filme, que está muito bem estruturado e encontramos de tudo e mais alguma coisa relacionado, inclusivé um livro de cozinha com as receitas do filme e mais algumas feitas por bloggers convidados para o efeito.

Espero que isto tenha aberto o apetite, porque é sem duvida a não perder.

 

 

 

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publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 18:47
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Quarta-feira, 7 de Setembro de 2011

The Last Waltz

 

A 25 de Novembro de 1976 o mundo da música ficou um pouco mais pobre, mas com um ultimo cartucho absolutamente fantástico! Foi neste dia que The Band deu o seu concerto de despedida (ok, anos mais tarde viriam a juntar-se outra vez, mas nunca mais seria a mesma coisa) conseguindo reunir os melhores músicos da altura para ajudar nesse "ultimo adeus", e como cereja no topo do bolo o concerto foi filmado com realização de Martin Scorsese. 

 

Aclamado como o melhor filme de rock alguma vez feito pela revista Rolling Stone, The Last Waltz é um misto entre entrevistas conduzidas por Scorsese aos elementos da banda, onde são apresentadas razões pelas quais se iam separar, apontando muito para o estilo de vida e quão desgastante ele era, e o concerto, onde somos mimados por excelente música. 

Mas afinal... Quem são estes The Band?

Ora bem... havia um senhor chamado Ronnie Hawkins que precisava de uma banda de apoio, e assim se juntaram eles com o nome The Hawks, depois o senhor seguiu a sua carreira, e eles foram mudando de banda até que encontram um senhor chamado Bob Dylan, como estavam sempre a ser a banda para um vocalista diferente chegaram à conclusão que o nome The Band funcionava bem para eles e decidiram começar a gravar os seus proprios albuns. E graças isso temos músicas como esta:

 

O resto fica para quem quiser descobrir mais sobre eles. The Last Waltz é daqueles filmes que vale a pena ver, nem que seja pelo marco que é ou por apenas ilustrar os últimos suspiros de uma grande banda dos anos 70. É ver na realidade o que o filme Almost Famous tentou mostrar através da ficção.

 

publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 12:44
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Sexta-feira, 2 de Setembro de 2011

It might get loud

 

Gostei do conceito! Agarrar em Jack White, The Edge e Jimmy Page, três dos mais icónicos guitarristas actuais, e mete-los num estúdio a conversar sobre o seu instrumento de eleição, a guitarra electrica. (Melhor que isto só se juntássemos Eric Clapton e Mark Knopfler.)

A partir daqui Davis Guggenheim realizou um documentário que gira sobre os protagonistas, as suas influências musicais, os seus processos criativos, alterações para as mesmas (no caso do Jack White principalmente), objectos que permitem maximizar os sons que se retiram da guitarra, enfim um pouco de tudo o que se pode falar sobre guitarras, e no meio disto muita música e sempre de uma qualidade indescutível. 

Os meus momentos preferidos são quando eles começam os três a tocar juntos - inevitávelmente a coisa iria parar ai - e onde se pode ver um sorriso de felicidade, de aproveitar aquele momento, aquele sorriso de que nada mais interessa naquele instante. 

Vale mesmo a pena ver e fazer uma pesquisa pelo youtube para se verem as cenas que não foram parar à versão final.

 

 

 

 

 

publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 12:11
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Quarta-feira, 31 de Agosto de 2011

Ikea Heights

 

Estava eu no outro dia a ler o que se escrevia no Twitter e lá estava um link para uma artigo de uma revista portuguesa sobre Ikea Heights, onde falavam de passagem do conceito por de trás dos "webisodes" disponíveis no Youtube. Básicamente a ideia é que as lojas do nosso fabricante sueco preferido fornecem os cenários ideais para filmar o que quer que seja com um orçamento extremamente reduzido, desde que, claro está, o realizador não se importe com os clientes, etiquetas de preço, funcionários da loja, autorizações, etc. 

De repente parece-me algo giro, principalmente pelo desafio, já que a história, sendo ela  a gozar com as novelas americanas, como seria de esperar, não é grande coisa. Contudo cumpre o seu principal objectivo de entreter quem vê e explorar ao máximo até onde é que eles conseguem filmar sem serem apanhados. Com mais ou menos precalços fizeram 7 episódios.

 

Fica aqui a página oficial deles e o canal de youtube onde se podem encontrar os episódios.

publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 13:09
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