Delicioso!
A palavra que melhor descreve este filme é mesmo esta.
A primeira vez que vi o trailer pensei que poderia ser engraçado, tal como costumo achar todos os filmes do Nanni Moretti, mas graças à circunstância de ter visto o trailer de seguida umas 20 vezes (no mínimo) enquanto esperava para entrar na sala de cinema, às tantas já estava sem paciência e nenhuma vontade de ver o filme em si. Mas o passar do tempo tem destas coisas. E ontem graças a outra circunstância acabei mesmo na sala de cinema a ver o Habemus Papam.
Quando se vê o trailer e o poster do filme pensamos que é um filme sobre religião, e provavelmente há que o veja dessa forma, mas ver o filme nessa óptica acaba por ser um pouco redutor, há tanto desenvolvimento pessoal, tanta descoberta do eu, há o confrontar do quem nós somos, da satisfação ou não de chegar-mos a um marco no nosso percurso, há o lidar mal com isso, há apenas o lidar com isso... Enfim tantas questões com que nós somos confrontados na nossa vida "comum". Nanni Moretti mostra-nos o caso de um homem simples que chega a um marco extraordinário no seu percurso e ao chegar lá é confrontado com todas estas questões, de uma forma violentíssima, com uma pressão gigantesca. E o que é fascinante é que ele faz tudo isto enquanto estamos completamente ligados empaticamente a personagens cuja vida tem pouco ou nada a ver com a nossa, faz tudo isto enquanto nós ri-mos, sorrimos, desesperamos com um grupo de personagens eximiamente explorados.
Tudo em Habemus Papam é ridiculamente simples, tal como é apanágio de Moretti, não há explosões, truques de câmara, efeitos especiais, nada... apenas uma excelente história, excelentes actores, aquela música que faz sentido naquela cena, naquele momento, aqueles pequenos pormenores e detalhes que fazem do filme aquilo que ele é...
... Delicioso!
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