Este domingo fui assistir ao concerto de Natal do coro onde tive a minha única experiência enquanto cantor, e foi a primeira vez que estive do lado do público. Tenho de confessar que foi um pouco estranho estar "do outro lado da barricada", até porque gosto de cantar, mas também senti que estava tudo no lugar certo. Cheguei à igreja da Madalena à hora marcada e mesmo a tempo de ver algumas caras novas no meio das que me fui familiarizando durante a minha experiência coral, o maestro fiel a si mesmo, e todas as vozes afinadas e bem para o concerto.
Foi divertido ouvir algumas canções que eu também cantava, detectar as pequenas coisas que só conseguimos detectar quando fizemos parte da máquina. Aliás é isso mesmo o que é um coro. Uma máquina bem oleada, onde o todo é maior do que a soma das partes, em que nós somos a peça mais importante e ao mesmo tempo a mais insignificante e tudo importa, a entrada no sítio certo, o manter dos tempos indicados de uma forma quase tirana pelo maestro (quem disse que a tirania em alguns casos é má?), a respiração fora de tempo (mas que não se nota se todos fizermos a respiração coral), a nota às vezes um bocadinho mais ao lado e uma prece para que seja abafada por todas as outras vozes correctas, ou então aquele momento... Aquele sublime momento em que está tudo certo... Em que esquecemo-nos de nós próprios, o ego é completamente estilhaçado, quebrado, ou simplesmente posto de parte, aquele momento em que somos emissores e receptores exactamente no mesmo tempo, e tudo está bem, e tudo o que interessa é aquele som produzido por esse organismo efémero do qual fazemos parte naquele instante.
A ideia inicial era falar sobre o concerto, e acabei por falar sobre a experiência pessoal de cantar num coro, portanto o melhor é fazer algo que nunca fiz aqui no Pato e por alguns vídeos que fiz durante o concerto.*
Depois disto nada como acabar a tarde com um belo chá verde e boa companhia. Em resumo foi um Domingo bem passado. :)
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