... é o nome de um conto de José Luis Peixoto, mas bem que podia ser uma expressão, um inicio de conversa de quem fica para quem parte.
"- Morreste-me e eu sinto a tua falta."
Ontem fui a mais um funeral. Já parei de os contar. Foi tudo o que se pode esperar de um funeral de alguém que partiu demasiado novo, de uma forma repentina e inesperada. Familiares e amigos completamente chocados e destroçados, muitas lágrimas, muitos gritos, muitos murmúrios, muita raiva contida dirigida a um mundo, um destino (por ventura a um deus?) que permite que coisas destas aconteçam, e apesar de tudo isto... muito amor, muita união, e na minha cabeça muita música das minhas recordações com ela.
"- Morreste-me e estou à espera de te ver chegar."
No cemitério já depois dos rituais, muitas lágrimas, muito pranto, e comecei a pensar... por quem choramos nós na morte? Pela pessoa que faleceu, ou pelo vazio que ficou dentro de nós? Por todas as esperanças, expectativas, rotinas, brincadeiras, carinhos, pequenos maneirismos, pequenos pormenores que depositámos naquela pessoa e que simplesmente vão deixar de existir dai para a frente?
Faz-me mais sentido pensar que choramos por nós, que ficamos e temos de lidar com a falta daquela pessoa na nossa vida. Pode ser uma visão quase que limitada, quase que instintiva, egocêntrica mesmo. Mas no fim das contas nada consegue ser mais pessoal e centrado no eu do que a morte.
"- Morreste-me... apenas morreste-me."
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