Vi este filme de surpresa, numa noite que começou com um inocente "vamos ver filmes". Disseram-me no inicio que era um filme que esteve no indie Lisboa de 2010, e como era um filme todo ele em francês pensei imediantamente que poderia ser mais uma daquelas secas pseudo-intelectuais que temos de louvar senão corremos o risco de parecer incultos ou estupidos (de repente O laço branco está a vir-me à memória...). Mas não. Havia algo de diferente neste filme.
O filme gira à volta de Francis (Xavier Dolan) e Marie (Monia Chokri) que conhecem Nicolas (Neils Schneider) num evento social e apaixonam-se por ele, a partir disso assiste-se aos jogos de poder que encontramos na maioria das relações. Pelo meio temos testemunhos de várias pessoas sobre as suas relações e como as viveram.
Portanto é quase impossível ficar indiferente, porque há sempre lá qualquer coisa com que nos sentimos identificados, quem é que nunca fez algo estupido por amor?
A história está bem construida, os personagens fazem-nos sentir... coisas em relação a eles, tanto pode ser uma raiva e ódio de morte (que mais se traduziu comigo a dizer várias vezes que me apetecia bater em gente), como a maior simpatia por eles por causa do momento que eles estavam a passar.
A banda sonora de facto ajuda a construir o ambiente do filme, muito no ambiente anos 60/70 em Paris, que agora está muito na moda.
Um factor invejável neste filme é a fotografia, tudo estava certo, desde o cenário, o ambiente, a luz, aos planos, tudo magnificamente trabalhado.
Xavier Dolan demonstra ser um verdadeiro "pau para toda a colher" tendo em conta a quantidade de vezes que vemos o nome dele a passar nos créditos. Ele realiza, trata do guarda roupa, produz, é o escritor, fez a edição, e é um dos actores principais. Até cansa só de pensar na quantidade de trabalho.
No final não se pode deixar de ter uma certa simpatia por este filme. Não sei se o vou rever "Les amours imaginaires" por iniciativa própria, mas ainda assim gostei de ver, e sem dúvia que é de manter este Xavier Dolan debaixo de olho, para 21 anos demonstra uma maturidade ao nível cinematográfico muito pouco comum.
P.S.: A pedido da Sara aqui fica a outra música icónica no filme.
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