Várias foram as noites no Pai Tirano, em que olhei para este poster, e no meio de copos, confusões, brincadeiras, dizia a frase "Foi por causa de ti que tudo começou" à Rita, mas nunca tinha tido a oportunidade de ver estes clássico do cinema português. Até ontem à noite através do festival Lisboa na Rua, que aproveitou de uma forma brilhante a Travessa dos Teatros para projectar o "Pickpocket" de João Figueiras e o "Kilas o mau da fita".
Ok... sobre o pickpocket, é um filme de 20 minutos de 2010 do realizar João Figueiras, acompanha a vida, ao jeito de documentário, de um carteirista que "trabalha" nas zonas turísticas de Lisboa. Tem excelentes momentos, mas como não desenvolve numa história sobre ele e somente gira à volta do seu depoimento acaba por ser algo que não faria qualquer esforço para ver se não estivesse inserido num festival deste tipo, apesar de ter gostado.
Voltando ao Kilas!
Este é excerto do inicio do filme, só para verem o nível da coisa (e acabei de ter um momento "ai como eu adoro o youtube").
Sinopse:
Portugal, 1976. Rui Tadeu, aliás Kilas, é amante de uma artista de variedades, Pepsi-Rita, à custa de quem vive - em casa da Madrinha, uma mulher nostálgica, que resgatou o afilhado da infância desvalida. Pela sua esperteza, Kilas lidera um grupo de marginais, contrados por um enigmático Major, para vigiarem um prédio, onde vão reunir-se personalidades "suspeitas".
Quando tal acontece, e alertado o Major, uma bomba explode na casa que se anuncia dum conhecido anti-fascista. Alarmado, Kilas procura desligar-se - mas o seu destino está já marcado, por uma rivalidade passional.
Como é possivel que eu não tenha visto este filme antes???
Não é uma obra prima do cinema português, mas também acho que se esforçou (e bastante) para não ser, mas entretem, a história não é má, tem bons actores - sim eu utilizei as palavras bons actores a referir-me a cinema português! - e atráves das entrelinhas conseguimos traçar um retrato interessante de parte da época de 76. Contudo a narrativa, apesar de seguir sempre uma linha coerente, às vezes dá saltos um pouco estranhos, coisa que se perdoa tendo em conta a época (o filme foi lançado em 1980), e se conseguimos perdoar ao John Cassevetes todos os saltos e cortes estranhos, porque não faze-lo também a José Fonseca e Costa?
Nota final para a música do filme, sim senhor, que luxo ter o Sr. Sérgio Godinho a tratar desse departamento, apesar de sermos constantemente bombardeados com a balada da rita, mas é daquelas coisas que não faz mal nenhum até bem pelo contrário.
Resumindo, vale a pena ver e, se não é, devia ser um caso de estudo nas escolas de cinema portuguêsas. Para além de ser um bom filme até foi um dos primeiros e raros casos de sucesso de bilheteira do cinema português!
E como não podia deixar de ser Rita este post é para ti!
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