Quarta-feira, 26 de Janeiro de 2011

O tempo escasseia...

...e o blog sofre!
Estou a prever que só para sábado conseguirei por aqui algo de mais substancial, em principio a parte 5 da viagem ao Japão que será sobre Kyoto.
Em jeito de passagem gostava de dizer que vi dois filmes no cinema (coisa que já não acontecia à algum tempo) o "You will meet a tall drak stranger" e o "The social network". De uma forma muito muito rápida aqui fica a minha opinião sobre ambos.

You will meet a tall dark stranger
É o novo filme de Woody Allen, e é mais do mesmo.
Eu sei que segundo o manual do pseudo-intelectual fica mal dizer o que quer que seja contra os filmes do Woody Allen, contudo acho que os últimos filmes dele não estão à altura da fasquia imposta por ele próprio. O que é uma maneira politicamente correcta de dizer que este filme não veio acrescentar nada. O estilo está lá, o homem de meia idade com as suas crises, falta de realização pessoal e vontade de mudar a sua situação sem saber como também está lá contudo o que não está lá é a novidade que tudo isto tinha à uns quantos anos atrás, também não está lá a figura de Woddy Allen que encaixava que nem uma luva neste papel.
É daqueles que se vê muito bem numa televisão qualquer, mas que não vale a pena o preço do bilhete no cinema.

The social network
Também conhecido como "o filme do facebook", o que resumo a história deste filme. Até que ponto o que vê-mos no ecrã é real? Não sei. Interessa? Nem por isso.
Tenho de dizer que gostei de ter visto este filme achei estava bem filmado, o realizador de facto esforçou-se para ter um bom ritmo e entrelaçar todos os diferentes aspectos da história. Contudo esta, apesar de ter alguns apontamentos interessantes, no geral acaba por não resultar assim tão bem quanto isso, criando um sentimento de total desconexão com o mark zuckerber (sr presidente e criador do facebook) retratado no ecrã.
Mais uma vez, acho que se deve ver lindamente numa T.V. e como em época de crise há que poupar...

publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 19:36
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Quarta-feira, 19 de Janeiro de 2011

Sayonara Sensei

É nestas alturas que o branco do ecrã (antigamente era da página) se torna difícil de preencher.Todos os clichés reúnem-se na minha cabeça, e depois de debitados nenhum deles serve para expressar o que sinto e o que preciso, portanto é apenas natural que eles desapareçam à mesma velocidade com que os consigo escrever deixando mais uma vez o ecrã em branco.
 
Durante a noite de 17 para 18 um amigo, o meu "sensei" que desde que me lembro me tratava por "pequeno samurai", despediu-se de nós. Lembro-me que à uns tempos numa reunião de amigos, onde ambos estávamos, em conversa ele já me tratava por "samurai" como se tivesse existido um qualquer ritual ou cerimónia de passagem. Posso ter agido com toda a naturalidade como se nem sequer tivesse reparado nisso, contudo reparei com todo o orgulho que poderia ter. Hoje sinto-me como um samurai que perdeu o seu sensei, sinto-me mais pobre.
 
António-san, todos os posts sobre o Japão (passados e futuros) são dedicados a ti
do teu pequeno samurai
Gonçalo
 
publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 01:15
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Quarta-feira, 12 de Janeiro de 2011

4. Takayama é como dizem os franceses "mignon"

Depois de no primeiro dia ter corrido (andado é a palavra correcta) mais de metade de Nagoya a pé, decidi que o dia seguinte iria ser diferente! Mais uma vez abri o guia e descobri uma pequena cidade nas montanhas, de seu nome Takayama, que graças à sua reclusão tinha escapado aos bombardeamentos e que mantinha um núcleo de traçado tradicional em boas condições.
Lá acordei no dia seguinte, agarrei no Japan Rail Pass (a minha melhor compra para ver o Japão) e nas minhas coisas, e lá fui eu apanhar o comboio, desta vez não o shinkansen, mas outro também bastante rápido e igualmente confortável. E aqui tive das melhores viagens de comboio de toda a minha a vida.
 
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A paisagem pode ser descrita como pura e simplesmente deslumbrante. Então na época em que as árvores estavam a mudar as folhas de verde para um vermelho fogoso, com um rio cujas margens eram descritas (de uma forma muito redutora) pela voz metálica dos altifalantes como o rio Danúbio japonês não tive outra escolha e lá estive a tirar fotografias como se não houvesse amanhã, o que me levou ao primeiro e único problema com a máquina fotográfica durante toda a viagem (que foi ter descoberto à maneira dura que a bateria não carregava directamente através da ligação USB da máquina, e que tinha de usar o carregador da mesma), mas que lá consegui gerir a coisa de modo a ter fotos.
 
https://farm4.static.flickr.com/5008/5350062430_c220f43006_b.jpg
 
Sobre a cidade não tenho muito a dizer, pareceu-me ser uma cidade pequena cuja maioria das lojas vivia da quantidade perfeitamente maluca de turistas japoneses que os visitam, mas como eu também andei directamente da estação de comboio para o núcleo admito que se calhar foi um problema de eu não ter dado chance nenhuma ao resto da cidade. Pondo as coisas muito simples eu era um homem com um objectivo, e o núcleo está tão bem preservado e de alguma forma quando se anda lá dentro passa a ser uma aldeia desenvolvida em vez de uma cidade (e espero que se mantenham assim porque este é que é o charme de Takayama).
 
 
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Este é dos locais ideias para apenas andar e deixar que o espirito do lugar nos invada, se isso acontece quase que vemos os samurais a andar pelo meio da população turística que anda freneticamente de loja em loja a comprar tudo e mais alguma coisa (em alguns aspectos isto fez-me lembrar experiências passadas na Eurodisney). Nestas lojas conseguimos encontrar tudo o que é tradicional japonês, desde a loja com a senhora que está a pintar, às distilarias de Saké, à venda de miso, às madeiras perfeitamente trabalhas, a uma quantidade insana de coelhos (novo ano...), aos restaurantes e outras lojinhas de comes e bebes, enfim tudo o que o turista precisa para gastar o seu dinheiro. Entre elas encontramos as casas-museu, de famílias locais que reuniram e organizaram exposições a partir do seu espolio, e aqui conseguimos tomar o pulso da história da população japonesa, de como eles se vestiam, brincavam, viam o mundo, etc.
 
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Incontornável é o festival de Takayama, ou melhor os festivais porque na realidade são dois, um em Abril e outro em Outubro, nestes festivais eles andam com os Yatai (são uma espécie de carros alegóricos) para abençoar as próximas colheitas (Abril) e para agradecer as colheitas que tiveram (Outubro). Há muita informação disponível pela internet sobre estes festivais, eu recomendo uma pesquisa, aqui só vou dizer que os Yatai remontam do séc. XVII e que há um museu, o Yatai Kaikan, onde se podem ver alguns deles e que se estão em Takayama é daqueles sítios que não se pode perder, nem que seja pela experiência de andar com um gravador de cassetes a ouvir uma gravação de uma japonesa a explicar tudo em inglês, com uma voz extremamente parecida com a Minie. Mesmo ao lado há o Sakurayama Nikko kan, onde se podem encontrar réplicas de templos famosos, e o templo Hachiman que faz parte do festival de agradecimento das colheitas.
 
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Encerrando esta entrada, tenho de dizer que Takayama foi uma pequena grande surpresa, é daqueles locais em que conseguimos sentir os tempos idos, talvez um pouco estragado pela quantidade absurda de turistas, mas definitivamente existe um esforço quase palpável para manter tudo tal como estava. Para alguém ligado à construção há que estar atento ao uso e manipulação da madeira. Desde a mais singela garagem, ao ornamento mais intricado, tudo é sempre bonito!
 
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Dica útil para Takayama (e resto do Japão): entrar em todas as lojinhas e experimentar tudo o que oferecem, aproveitar para conversar e aprender umas coisas, porque apesar do inglês escasso há uma extrema boa vontade em mostrar os seus produtos e modo de fazer, independentemente da venda.
publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 20:08
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Terça-feira, 4 de Janeiro de 2011

3. Nagoya é grande.

Um dos melhores factores de ir numa viagem pouco programada (ou nada) como foi o caso é que deixamos espaço para a descoberta, e foi exactamente o que aconteceu.
Na realidade o meu objectivo era seguir de Hamamatsu para Kyoto, coisa que provou ser quase impossível (e aqui fica mais uma dica para o viajante ao Japão: Kyoto requer marcação com antecedência) portanto abri o guia de viagem e de repente estava a marcar hotel em Nagoya.
 
 
Sem qualquer expectativa sobre o que ia encontrar fui tomado de assalto pela arquitectura fantástica existente junto à estação de comboio, mas primeiro havia que encontrar o hotel que ficava no sentido oposto. Pelo que percebi a estação e o caminho de ferro marcam uma fronteira entre uma zona claramente mais periférica e diria quase que de dormitório e o centro da cidade onde estava todo aquele "eye-candy" para arquitectos. Tenho de admitir que para mim foi interessante ver o outro lado de uma cidade japonesa, as casas, as lojas, os supermercados, tudo é diferente... mais pessoal e intransmissível.
Depois de largar a tralha toda, lá fui eu à descoberta!
Não tenho nada a dizer sobre os transportes sobretudo porque resolvi andar para todo o lado. Olhando em retrospectiva não sei se esta foi uma decisão muito inteligente tendo em conta a escala de Nagoya, uma boa dica é quando temos à nossa frente uma estrada com 4 faixas de rodagem para cada lado e nós queremos atravessar porque esta é apenas mais uma rua.
 
 
A sensação que fiquei é que não é a típica cidade cheia de interesse turístico, numa viagem organizada com o tempo contado não sei até que ponto a organização iria perder tempo a visitar Nagoya tendo em conta o que se encontra noutras cidades, contudo acho que foi uma paragem onde encontrei coisas bastante interessantes, como por exemplo a arquitectura, a vida da própria cidade, o museu do design, uma exposição sobre... nem sei sobre o quê mas gostei dos trabalhos expostos, o castelo e as exposições de bonzais e flores, o teatro Noh, o museu de Arte Tokugawa e o seu jardim, alguns templos (apesar de que ao nível de templos há coisas muito mais giras noutras paragens).
 
 
Dicas especiais sobre Nagoya (e qualquer outro lado): Nunca sair do hotel sem o mapa da cidade e ir à aventura, é apenas parvo, 3 horas depois de ter começado a andar lá descobri alguém que me deu indicações para onde eu queria ir, e só quando voltei ao quarto do hotel é que descobri que tinha andado fora dos limites do mapa turístico!
 
Já sabem... carreguem nas fotos para as verem em tamanho maior.
publicado por Gonçalo Cardoso Dias às 13:31
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