Sábado, 25 de Setembro de 2010
Não tendo apanhado este filme no cinema por diversas razões, só agora é que o vi, e não achei que seja um filme assim tão espectacular ao contrário dos comentários que ouvi na altura em que Shutter Island estava no grande écran.
Com aquela introdução até parece que eu não gostei do vi, e não é bem isso. De facto tenho de dizer que até gostei muito do filme, muito bem construído, excelentes prestações dos actores, contudo, e aqui parece-me que é o ponto de discórdia com a maioria dos comentários que amigos partilharam comigo, achei o filme previsível, só não o achei mais previsível porque no inicio do filme eu tentava encontrar uma justificação plausível para o que se passava no écran pelo ambiente encontrado pelo detective Edward Daniels quando chega a Shutter Island.
O filme começa com Edward Daniels, um U.S. Marshal que é destacado para investigar a fuga de uma prisioneira/presa da instituição do hospital Ahscliffe, a chegar de barco a Shutter Island, a partir dai é todo um mar de dor e insanidade que se desenrola perante os nossos olhos com um ambiente pesado, que bate em todos os sítios certos, encaixando numa classificação que é uma mistura drama, thriller, mistério e horror psicológico.
Quando escrevo estas criticas ponho-me sempre com dois problemas, o primeiro e caso não tenham reparado, não me estou a alongar muito nas palavras dedicadas a este filme, isto deve-se ao receio que tenho de estragar o filme para alguém que ainda não o tenha visto, porque de resto acho que é um filme sobre o qual daria para ter várias conversas longas principalmente com pessoas que apreciem psicologia, o segundo prende-se com a necessidade auto-imposta de classificar este filme de alguma maneira, eu adoptei o sistema de pontuação até 5 como poderia ter sido outro, neste caso estou inclinado a dar-lhe 4,5 em 5, adivinhar o fim da história quando estamos ainda a meio do filme é algo que não aprecio, mas o filme é, de facto, muito bom .
Quinta-feira, 23 de Setembro de 2010
Depois de muito ouvir falar deles, esta semana fiz um curso vaqueiro.O conceito destes cursos - e aqui talvez esteja a usar a palavra curso de uma forma demasiado livre, talvez a palavra certa seja workshop - é ensinar receitas práticas, cuja dificuldade não seja nada por ai além, promovendo os produtos da Unilever, em especial os produtos Vaqueiro. A impressão que eu tinha por conversar com pessoas que tinham feito um curso, é que o público alvo destes cursos talvez não seja alguém que tenha boas noções de cozinha, sendo uma daquelas prendas típicas de casais em que normalmente um deles não pesca nada de cozinha. Não estava muito longe da verdade, quem saiba o que fazer numa cozinha não irá ter grandes surpresas apesar de aprender uns quantos truques engraçados, e os tais casais estavam lá contudo fiquem descansados os solteiros como eu porque na realidade também ha pessoas solteiras a ir fazer estes cursos. O curso que fui fazer era sobre "Receitas rápidas para jantares de amigos", e de facto a questão de serem receitas rápidas não falhou, cheio de pequenos truques que podem tornar a vida na cozinha mais rápida e simples.Foram seleccionadas 9 receitas distribuídas por 9 grupos de duas pessoas, cada grupo ia para a sua estação e preparava a sua receita enquanto dois supervisores andam de estação em estação a ajudar cada um dos grupos nas questões que tiverem.Depois das receitas serem acabadas juntam-se todos os participantes à volta da mesa de jantar (no nosso caso duas mesas) para experimentar-mos todos os pratos. E aqui tenho de realçar o bom ambiente que se conseguiu criar neste curso, e que pelo que me apercebi é algo normal em todos os cursos. A minha percepção sobre este curso é ligeiramente diferente da maioria das pessoas visto que fui acompanhar uma pessoa que através da Associação Salvador (aproveito para os felicitar pelo excelente trabalho que tem vindo a desenvolver) foi fazer o curso numa cozinha adaptada no Instituto Culinário Vaqueiro e isso deixou-me logo uma boa disposição. Tenho de admitir que os supervisores do curso neste aspecto ainda podem melhorar um pouco no acompanhamento que fazem a estes casos contudo ultrapassaram todas as possíveis questões através de uma boa vontade incrível e de uma excelente disposição. A receita que fizemos foi uma Mousse de Chocolate com bolachas crocantes e maltesers que ficou excelente até para os que, como eu, não apreciam Mousse.Acreditem ou não a nossa ficou com MUITO melhor aspecto!
(mas não deu para tirar a foto da praxe)
Pequenos apartes: Localização - Quem for fazer um destes cursos que tenha cuidado e vá com tempo porque encontrar o edifício onde se fazem os cursos é complicado porque está escondido, contudo depois de o encontrar ficamos a chamar-nos de burros e a pensar como raio é que não encontrámos aquilo imediatamente. Transportes - Metro não existe. Estacionamento para o carro parece-me complexo, mas lá se ha de arranjar. O ideal é autocarro porque há uma paragem mesmo perto do local do futuro crime dietético... Preço - 55 euros (apesar de ir variando conforme é anunciado no site). Se compensa? Talvez. A questão será mesmo sobre a quantidade de conhecimento de cada um. Se uma pessoa não sabe pegar numa faca, aquecer uma frigideira ou ferver água, então sem dúvida que compensa, para quem já tenha boas noções será mais uma questão de passar bem o tempo, num bom ambiente, com boa conversa, a divertir-se a cozinhar do que propriamente aprender algo novo, apesar das pequenas dicas que vamos aprendendo. Links úteis:VaqueiroAssociação Salvador
Terça-feira, 21 de Setembro de 2010
Também conhecida como chiptune é música feita em formato sonoro ao qual muitas texturas são sintetizados ou posto em sequência em tempo real através de um computador ou consolas (a mais popular o primeiro Gameboy).Hoje em dia os compositores deste tipo de música usam computadores com emuladores do hardware que necessitam para a execução da sua forma de arte.O leitor deve ter tomado em contacto com este tipo de música com jogos da sua infância tais como Sonic the Hedghog ou Super Mario Bros entre outros.
Em baixo deixo-vos uma pequena colectânea de músicas que ajudarão a conhecer melhor este tipo de música :
Pink Floyd - Another brick in the wall
Europe - The Final Countdown 8-bit
8-Bit Tunes: Michael Jackson - Thriller
Sexta-feira, 17 de Setembro de 2010
"Oh não..."
Foi o que eu pensei quando comecei a ver esta série, mais uma série com a fórmula smallville onde vamos acompanhar o crescimento do "herói" ou neste caso da dupla de heróis (arthur e merlin), a isto ainda acresce o problema de ser produzida pela BBC que com a sua postura de somos tão ingleses etão politicamente correctos acabam por quase estragar a coisa.Na minha cabeça a verdadeira história do Rei Arthur e de Merlin pode ser encontrada em "Excalibur" realizado por John Boorman em 1981 (na minha modesta opinião ainda não conseguiram fazer nenhum filme sobre as lendas arthurianas que se chegue aos calcanhares deste filme), e qualquer coisa que não acompanhe esta história parece-me um pouco anti-natura contudo há que manter o espirito aberto e abster-me deste pensamento.A primeira época de Merlin introduz-nos a esta realidade e começa de uma forma muito light, talvez demasiado light, há um certo desprendimento em relação aos personagens e tudo vai por um lado diria que mais cómico, mas as personagens vão-se desenvolvendo e tudo começa a crescer um pouco , contudo a verdadeira diferença consiste na segunda época, de repente em vez de termos um episódio mais sério no meio de outros mais leves começa a ser o contrário. A terceira, até agora só saiu o primeiro episódio, começa de uma forma épica. Concluindo, recomendo esta série para quem gosta de ver um crescimento na história, nada é imediato, há um ritmo que é respeitado e que as vezes nos surpreende. Contudo pensem que é uma série muito politicamente correcta (toda a personagem de Guinevere é um hino ao politicamente correcto nada comum naquela época) e as vezes sofre um pouco por causa disso.
Quarta-feira, 15 de Setembro de 2010
Nestes últimos dias descobri um serviço engraçado para descobrir e dar a conhecer música ao mundo(literalmente!).É semelhante ao Twitter no sentido em que temos 140 caracteres para escrever uma mensagem, mas ao contrário deste a mensagem é secundária, muitas vezes ausente.O importante é o "blip" ou melhor a música que desejamos partilhar, esta vem de outros sites onde pesquisamos através do Blip.fm com facilidade.
Tal como noutros sites que se centram em comunidades, Blip.fm oferece várias "features" para os membros interagiram uns com os outros.O sistema deste serviço baseia-se nos "props", é a forma de indicarmos que gostamos da música de alguém em troca essa pessoa recebe créditos para em seu turno dar mais "props" as outras pessoas. Também existem "bagdes" que ganhamos através de feitos ou objectivos como por exemplo colocarmos músicas continuamente num espaço de cinco dias.
Neste processo ganhamos ouvintes, pessoas da comunidade que acompanham a nossa rádio assim aumentando a visiblidade e ganhando "props" como descrito acima.
É uma boa forma de descobrirmos novas músicas, dar a conhecer o nosso gosto e pessoas que o partilham.
Link: www.blip.fm
Segunda-feira, 13 de Setembro de 2010
Pela famosa série de vídeojogos Final Fantasy chegaram-nos vários momentos memoráveis desta indústria.A minha preferida é cena de Ópera do jogo Final Fantasy VI (Final Fantasy III nos Estados Unidos).
Elder-geek.com fez um vídeo da cena de ópera original, sincronizou-a com uma versão actualizada que inclui a Orquestra Filarmónica Real de Estocolmo que toca a música com cantores de ópera a fazer o diálogo. Como se isso não bastasse, eles alargaram a escala e refizeram toda a animação para que pudesse ser apreciada em glorioso HD 1080p!
Este vídeo surpreendeu-me e dá nova vida a uma cena já por si memorável.
imagem via geek.com
autoria vídeo : elder-geek.com
Sexta-feira, 10 de Setembro de 2010
No outro dia um amigo meu perguntou-me sobre filmes de terror japoneses que ele pudesse ter como referência, obviamente que filmes como Ringu ou Ichi the killer, vieram logo para a conversa, mas fiquei bem ciente de que o meu conhecimento nesta área do cinema é relativamente escasso e que não o pude ajudar como gostaria. Passado uns dias encontrei à venda Kaidan - Maldição e resolvi cultivar-me um pouco. Só depois de o ter comprado e ter pesquisado um pouco é que fiquei a saber que o realizador é Hideo Nakata (que também fez o Ringu).
Pessoalmente filmes de terror não são os meus preferidos, acho a maioria deles mal construídos, com pouca imaginação e bastante previsíveis. Este não foi uma excepção. O filme não podia começar melhor, com imagens muito bem cuidadas, numa onda de flashback teatral em que as cenas resultantes são muito bem conseguidas. Um narrador começa a contar uma história que ele próprio chama de Kaidan, e tudo começa com um acupuntor que resolve começar a emprestar dinheiro a juros, um samurai que contrai um empréstimo que resolve não pagar e portanto matar o acupuntor, que no leito da morte lança uma maldição ao samurai. Graças a isso (ou então não, mas para efeitos cinematográficos vamos acreditar que sim) o samurai num acesso de loucura mata a mulher e suicida-se de seguida. Quem se lixa com isto tudo? As duas filhas do acupuntor e o filho do samurai que ficaram órfãos. Ora bem se a história do filme fosse isto, seria simples, mas eu acho que poderia ter resultado bem, especialmente se fosse bem explorada, contudo, o que acabei de descrever são para os primeiros 10 minutos de 96, portanto a história continua... ...25 anos mais tarde, o filho do samurai, um vendedor de tabaco em Edo apaixona-se por quem??? Nunca irão adivinhar! Pela filha mais velha do acupuntor. Sim, porque Edo era aquela coisa pequenina e onde não havia quase mais ninguém. O que se passa a partir dai é toda uma outra história de amor e de uma mulher desdenhada (e consequente maldição e perseguição além-túmulo) que aparte de uns elementos que estão lá para forçar a ligação (que acaba por tornar tudo um pouco ridículo) nada tem a ver com a história inicial.
O maior problema que eu tenho com este filme é que parece que eles estavam a fazer um filme e estava tudo a correr muito bem, chegaram à parte final e disseram "epa! mas o filme assim é muito curto! Ora inventa a outra coisa qualquer para meter-mos aqui no início". E vá la que foi no inicio e não foi a meio. Digo isto não apenas baseado na história que se desenrola, mas também pela própria fotografia e estilos utilizados no filme que apesar de terem sempre uma qualidade respeitável, diria mesmo que visualmente é um filme extremamente bem conseguido ( expecto quando resolvem meter CG - mas isto já começa a ser uma falha recorrente nos filmes de orçamento reduzido) contudo não há uma relação directa entre os estilos utilizados da cena do flashback com o resto do filme, aliás até o próprio narrador que aparece em força nos momentos iniciais do filme desaparece completamente até que de repente para meio do filme lá se lembram que ele tem que pelo menos se ouvir. Considerando bem tudo dou-lhe um 3, pela pura e simples desconexão das histórias, pelos momentos porque sim, pelos momentos CG que pura e simplesmente deveriam ter sido completamente evitados, porque não deixa de ser um filme que nos entretém, porque tem um bom ritmo, porque visualmente é muito bom (a sério, todo o departamento ligado à fotografia está de parabéns).
Quinta-feira, 9 de Setembro de 2010
Hoje regressamos a uma época donde nasceram várias bandas que redefeniram o conceito rock, tais como Led Zeppelin ou Rolling Stones. Uma dessas bandas são os King Crimson.
O primeiro albúm e o mais conhecido "In the Court of the Crimson King" viria a ser uma importante influência nas décadas seguintes no desenvolvimento do rock psicadélico/alternativo. Logo a primeira música ‘21st Century Schizoid Man' atinge-nos com uma intensa, provocadora experiência sonora com as fortes guitarras e a voz esotérica de Greg Lake.
De seguida temos ‘I Talk to the Wind’ uma canção relaxante. Em oposição à canção anterior a voz do vocalista é calma e convidativa guiando-nos numa viagem ao nosso inconsciente.'MoonChild' é uma introdução, um interlúdio ao que virá a seguir um épico de nove minutos de nome 'the Court of the Crimson King'.
Aqueles que procuram um bom hard rock e grande trabalho de guitarra irão ter um ponto em comum com este álbum. Aqueles que gostam de música progressiva e arranjos músicais profundos irão gostar ainda mais. Ou seja não têm que gostar do género rock alternativo, para gostar da música dos King Crimson. Neste álbum é uma viagem e há-de tudo para todos. Quem diria que em 45 minutos isto seria possível?
Membros da banda:
Robert Fripp: Guitarra
Ian McDonald: teclas , voz de apoio
Greg Lake: voz principal, baixo
Michael Giles: Percussão, voz de apoio
Descobri esta música graças aos senhores da Radar fm. Um bem haja!
Terça-feira, 7 de Setembro de 2010
Esta é daquelas séries que nos faz questionar a inteligência das pessoas que tomaram a infeliz decisão de a cancelar, depois reparamos que são os senhores da NBC e pensamos "ok... está tudo explicado". Tenho de admitir que à partida o tema de uma monarquia nos tempos actuais me atrai (até por crenças pessoas, mas isto é outra conversa) especialmente quando aliada a motivos religiosos bem estruturados e pensados.Segundo Michael Green, o criador da série, foram reunidos escritores de vários credos (ateístas, judeus, muçulmanos, cristãos) de forma a pegar na história do rei David e transforma-la livremente de forma a contar a história da queda de um rei e a ascensão de outro.A história narrada diz-nos que Silas, escolhido por uma entidade divina, consegue formar o Reino Unido de Gilboa (unindo Gilboa, Carmel e Selah [já agora os nomes Carmel e Selah não são por acaso vejam na wikipedia]) cerca de 20 anos antes dos acontecimentos actuais da série.Depois de 20 anos de consolidação e expansão económica o Reino de Gilboa vê se envolvido numa guerra com a República de Gath, e num dos campos de batalha David Shepherd enfrenta e destrói sozinho um dos tanques (classe Goliath) de modo a salvar um soldado que tinha sido capturado. Esse soldado era o Príncipe Jack Benjamin, isto faz com que o Rei Silas adopte David como alguém de confiança e tudo se desenrola a partir daqui.É dificil não me entusiasmar e escrever demasiado sobre a história, é daquelas séries que vale a pena descobrir, apreciar os pequenos pormenores e ficarmos cheios de pena porque só existem 13 episódios, não havendo tempo suficiente para desenvolver todo o potencial até das personagens mais secundárias. Pessoalmente acho que é uma série extremamente cativante, e fiquei com a sensação que os actores envolvidos também pensavam o mesmo pela entrega que se vê no écran, muitas vezes o actor deixa de ser actor e passa a ser o rei, a rainha, a princesa, o príncipe, o herói, o vilão (e depressa começamos a ver vilões onde menos esperamos...), etc... Em suma, não se deve perder esta série, que actualmente anda a passar na Fox:Next (canal 63 da meo), mas estou a considerar comprar a boxset da série completa (e aditivada com os extras de cenas cortadas e afins), sendo que um dos únicos problemas com isto o facto de só existir na região 1, coisa que espero que rapidamente se consiga superar.No total dou-lhe um 4,5 em 5, só não obtem o 5 por causa do gosto amargo que nos deixa no fim da série quando nos deixa tanta coisa por responder e cheios de vontade de descobrir mais , mas não há mais episódios, não há livros, nem sequer um blog que nos diga mais nada. Mas se é assim tão boa porque é que a série foi cancelada? A principal razão foi a falta de audiências, mas para mim esta consegue-se explicar através dos "génios" da NBC que resolveram por a série a dar aos sábados à noite sem fazerem publicidade, curiosamente quando chegou ao itunes foi um êxito de tal forma que ocupou instantaneamente o 1º lugar de vendas de séries.Muito obrigado executivos da NBC, por terem cancelado uma das séries mais brilhantes que tive o prazer de ver.